Ascensão – Quinta-Feira da Espiga

A Quinta-Feira da Espiga simboliza a excelência das forças da natureza, assumindo de forma clara os auspícios da Primavera. Designa-se como Ascensão, remetendo para a festividade religiosa, ou Espiga adquirindo um carácter pagão e intrinsecamente ligado ao ciclo da natureza.

A festividade litúrgica da Ascensão teve origem em Jerusalém durante os primeiros séculos da era cristã. É celebrado quarenta dias após a Páscoa e simboliza para o mundo cristão a ascensão de Cristo ao Céu.
Também nesta data se comemora o “dia da espiga” ou “quinta – feira da espiga”, em que as pessoas vão para o campo apanhar espigas de vários cereais e flores campestres para formar um ramo, designado de espiga. Tradicionalmente, o ramo deve ser guardado algures dentro de casa e só poderá ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As diversas plantas que compõem o ramo têm um valor simbólico profano e religioso:
Espiga = pão
Malmequer = ouro e prata
Papoila = amor e vida
Alecrim ou rosmaninho = saúde e força
Raminho de oliveira = azeite e paz

Este hábito, mais comum no centro e sul de Portugal, pode ter nascido de um antigo ritual cristão de bênção aos primeiros frutos. No entanto, pela sua forte ligação com a natureza, julga-se poder recuar ainda mais no tempo e ligá-lo a antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora (deusa das flores na mitologia romana) que se realizavam por esta altura do ano.


Estabelecido Feriado Municipal no concelho de Benavente a partir de meados do século XX, a Quinta-feira de Ascensão já era festejada pela população em períodos anteriores. Nos campos, entre merendas e bailaricos todos comemoravam este dia privilegiando o contacto com a natureza. Dos lugares de preferência para os piqueniques destacavam-se, entre outros, a Sesmaria Santana, Vale da Asseiceira e S. Brás.

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